Como você organiza seus dados? Mais que isso, como você usa esses dados para tomar decisões?
Uma das situações mais usuais no nosso dia a dia como consultores é ouvir dos nossos clientes que “está tudo organizado”, que “os dados estão na mão” e que “sempre usamos dados para tomar decisões”.
Sempre fiquei animado ao ouvir isso, mas com o passar dos anos, eu me tornei bastante cético a respeito. A verdade é que muito raramente essa é a realidade.
No final de 2007, o Google criou a divisão "People Analytics" para identificar os melhores talentos e mantê-los altamente engajados. Nesse contexto, contrataram Cole Knaflic, cuja habilidade em produzir e analisar métricas na área de pessoas fez seu trabalho virar referência na empresa. Durante seis anos, Cole percorreu os EUA ministrando um curso sobre visualização de dados mais de 50 vezes, o que resultou em uma disciplina e um livro sobre o tema.
Muitas vezes, os dados realmente existem e há grande intenção de usá-los no negócio. No entanto, ao analisá-los, frequentemente estão confusos e são difíceis de interpretar, levantando a pergunta: como é possível tomar decisões de negócios com essas informações?
A verdade é que a FORMA de calcular e mostrar indicadores afeta drasticamente a sua utilidade. Existem maneiras bem ESPECÍFICAS de apresentar dados em dashboards que aumentam a sua efetividade múltiplas vezes, transformando dados brutos em verdadeiras ferramentas para apoiar a tomada de decisão, é o chamado business intelligence.
Vou te dar um exemplo. Em uma das nossas consultorias, recebemos uma tabela sobre o atendimento ao cliente da seguinte forma (os dados foram modificados para preservar a privacidade do cliente):
Uma alternativa de visualização seria a seguinte:
Ainda melhor seria destacar algumas informações em gráficos, que facilitem a leitura:
Dediquei, literalmente, 10 minutos para ajustar essa informação e, apesar de ainda ter espaço para melhorias, acho que você vai concordar que, só de bater o olho já fica mais claro que o volume de ligações aumentou bastante em outubro, resultando em um aumento no abandono e, principalmente, no tempo de espera. Durante o trabalho conosco, a empresa e o time de atendimento melhoraram exponencialmente sua gestão de dados e seus dashboards.
Como inspiração, veja um outro exemplo usado pela Cole Knaflic em seu livro:
A informação em ambos os gráficos é a mesma. Mas no segundo, os dados contam uma história, geram insight de negócio e levam a uma tomada de decisão assertiva.
Se eu te perguntasse sobre o uso dos seus dados e dashboards, qual teria sido sua resposta no início do texto e qual seria agora?
Caso tenha mudado de ideia ao longo da leitura, talvez seja a hora de agir: transforme dados em decisões e impulsione o crescimento do seu negócio.
Autor: Rubens Terra