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A importância do planejamento estratégico

  • Foto do escritor: Pedro Pimentel
    Pedro Pimentel
  • 8 de out.
  • 3 min de leitura

O que muitas empresas chamam de estratégia é, na verdade, agenda


Toda empresa diz ter um planejamento estratégico. Poucas, no entanto, têm, de fato, uma estratégia planejada. E o erro é mais comum do que parece, uma vez que muitos empresários e gestores tendem a confundir plano de metas com estratégia. Reuniões anuais, apresentações sofisticadas e documentos extensos criam a sensação de que o futuro está sob controle, quando, na verdade, este exercício é apenas administrativo. O que falta não é mais uma planilha, uma apresentação de slides ou um documento, mas sim coerência entre propósito, decisão e execução.


Segundo a McKinsey & Company, em sua publicação Strategy Beyond the Hockey Stick (2018), “estratégia é o ato de tomar e executar um conjunto integrado de escolhas de longo prazo que determinam a direção da empresa e a alocação de seus recursos”.

Trata-se, pois, de definir onde competir, como vencer e quais capacidades precisam estar em vigor para sustentar essa vitória.


Em síntese, estratégia é um exercício de escolha, e escolher exige, naturalmente, abrir mão. Quando o empresário não escolhe, todo o planejamento se transforma numa agenda de intenções. As áreas se movem em direções distintas, as prioridades se multiplicam e o que deveria ser foco se dilui. Essa é uma falha estrutural de governança que pode estar corroendo silenciosamente o valor do seu negócio enquanto você lê este artigo.



Quando o plano existe, mas a estratégia desaparece


Os sinais de que o planejamento estratégico perdeu o sentido são visíveis, porém raramente são identificados pelos empresários:


  • Empresas passam meses discutindo metas, mas poucos minutos debatendo prioridades. Iniciativas se acumulam e nenhum aprendizado é processado. Projetos surgem porque “todos do setor estão fazendo”. E o orçamento vira o verdadeiro plano estratégico por ser o único capaz de, de fato, orientar as decisões (e mesmo que tenha sido muito bem feito, é pouco provável que o orçamento tenha sido construído para nortear as decisões estratégicas do seu negócio).


  • Outro sintoma típico é a distância entre o discurso e a prática. O comitê fala em inovação, mas os incentivos premiam previsibilidade. Discute-se crescimento, mas as reuniões giram em torno de redução de custo. Diz-se considerar o longo prazo, mas os indicadores medem apenas o mês corrente. 


No fundo, a empresa opera sem uma hierarquia clara de escolhas. E sem escolhas, não há estratégia, há apenas movimentação.




Estratégia é um processo, não um evento


Empresas que tratam o planejamento estratégico como um evento anual (uma grande reunião em dezembro, seguida de um PowerPoint) ficam presas ao calendário. Empresas que o tratam como processo vivo constroem vantagem.


Planejar estrategicamente não é adivinhar o futuro, é criar coerência e consistência entre decisões. Isso indica que o processo do planejamento estratégico deve ser recorrente, adaptativo e inerentemente integrado à governança da empresa:


  • Revisões periódicas que testam e validam/refutam hipóteses, não apenas resultados;

  • Indicadores que traduzem objetivos estratégicos em métricas claras de execução;

  • Reuniões de liderança que discutem trade-offs, não apenas performance;

  • E, acima de tudo, clareza sobre o que a empresa vai fazer e também sobre o que não vai fazer


O papel da governança é sustentar essa coerência. O conselho precisa garantir que a estratégia não se fragmente entre departamentos, nem se dilua em modismos passageiros. É ele quem deve fazer, repetidamente, as perguntas difíceis: “Essa iniciativa está de fato alinhada à tese central da companhia?”, “Qual problema estratégico estamos resolvendo com esse investimento?”, “Qual risco estamos dispostos a aceitar (e qual não estamos)?”


Sem esse filtro, qualquer decisão parece boa. E quando tudo parece prioridade, nada realmente é.



O plano não é o fim, é apenas o começo


Planejar estrategicamente não é sobre prever o próximo ciclo, mas sobre construir a coerência necessária ao ciclo atual. Empresas que fazem isso bem têm mais que planos, têm convicção: sabem onde estão indo, sabem o que precisam abandonar e sabem ainda o que estão dispostas a arriscar. E essa clareza tende a diferenciar crescimento de sorte.


Na Equus, acreditamos que o verdadeiro planejamento estratégico não é um exercício de previsão, mas de disciplina intelectual e escolha coerente e consistente. É o que traduz propósito em diretriz, diretriz em escolha e escolha em valor. Ele não existe para prever o que vai acontecer, mas para preparar a empresa para quando acontecer.


E na sua empresa? Quando foi a última vez que o seu plano estratégico de fato guiou uma decisão importante?


 
 
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