Como investidores analisam uma empresa antes de fazer uma proposta
- Pedro Pimentel
- há 2 dias
- 3 min de leitura
Antes de apresentar uma proposta, o investidor quer ter certeza de que está avaliando uma empresa sólida, com potencial de crescimento e poucos riscos escondidos. Essa análise começa muito antes da due diligence. Na verdade, ela começa no primeiro contato.
O investidor vai buscar sinais para tomar uma decisão. Alguns objetivos, como os números financeiros. Outros subjetivos, como a forma como os sócios falam do negócio. A avaliação é técnica, mas muitos investidores também confiam no seu instinto.. Essa avaliação inicial é decisiva para definir se o investidor irá dedicar tempo e recursos para concluir uma avaliação completa que poderá levar a uma proposta.
Neste artigo, explicamos o que investidores avaliam antes de formalizar uma oferta e o que pode acelerar ou travar esse processo.
O que o investidor quer entender logo de cara
A análise começa com um olhar de cima, ou top-down, como alguns dizem. O investidor quer saber onde a empresa está posicionada, quem ela atende, como ela gera valor e o que a torna diferente. Quer entender se é uma empresa em crescimento, madura ou estagnada. Se é dependente dos sócios ou tem um time forte que pode operar de forma autônoma. Se é financeiramente saudável ou vive sob pressão de caixa.
Essa leitura inicial é feita com base no material elaborado, mas também nas conversas. Um bom pitch, claro e bem estruturado, faz muita diferença. Mostra que o negócio tem estratégia, que os números estão sob controle e que os sócios sabem para onde estão indo.
Pode parecer contraintuitivo, mas o papel dos materiais e das conversas não é falar apenas do retorno futuro que a empresa pode entregar, mas sim, mostrar como o risco desse retorno ser atingido é baixo ou está controlado.
O papel dos indicadores financeiros
Depois da visão estratégica, a análise se volta aos números. O investidor quer ver evolução de receita, margem, lucro e geração de caixa. Também analisa o nível de endividamento, o capital de giro e o histórico de investimentos.
Negócios com números previsíveis e margens saudáveis têm uma vantagem clara. Já empresas com oscilações bruscas, baixa rentabilidade ou dificuldade em gerar caixa precisam explicar bem o contexto operacional que justificam esses resultados.
Aqui, mais do que números bonitos, o investidor busca coerência. Ele quer ver que os resultados fazem sentido com a história contada e que não há surpresas escondidas nos relatórios. Em suma, ele quer entender os riscos.
O risco percebido sempre entra na conta
Mesmo com bons números, o investidor avalia os riscos que podem comprometer a operação. Alguns deles aparecem logo no início do processo.
Concentração de clientes, informalidades fiscais, conflitos societários, processos trabalhistas ou excesso de dependência dos fundadores são sinais de alerta. Não impedem uma proposta, mas afetam diretamente o valor e as condições de pagamento.
Empresas que reconhecem seus riscos, tratam os temas com transparência e apresentam planos de mitigação que transmitem segurança. Empresas que tentam esconder problemas perdem credibilidade rapidamente.
A cultura pesa mais do que parece
Além dos dados, o investidor observa o comportamento dos sócios. Quer saber se existe alinhamento, maturidade e disposição para negociar. Empresas com sócios desorganizados, que mudam o discurso a cada conversa, ou que têm conflitos internos, geralmente não avançam no processo.
Por outro lado, quando se percebe um time coeso, que conhece bem o negócio e tem clareza sobre o futuro, a confiança do investidor é aumentada. E confiança, nesse momento, vale muito.
Conclusão
Investidores experientes avaliam empresas com uma lente ampla. Eles avaliam os números, sim, mas também avaliam a estrutura, o time, os riscos e a cultura. Querem ter certeza de que vão colocar dinheiro em algo sólido, com futuro promissor e poucas surpresas.
Antes de iniciar um processo de venda ou captação de recursos, é preciso entender como investidores avaliam empresas. E mais do que isso, é preciso se preparar para essa avaliação.
Na Equus, ajudamos empresas a passar por esse filtro com clareza e vantagem. Sabemos o que cada investidor busca, como ele pensa e o que ele quer ver antes de fazer uma proposta.