Começar o ano com um planejamento estratégico bem estruturado é uma das melhores formas de aumentar as chances de um crescimento sólido e competitivo para a sua empresa. Apesar de ser um termo amplamente utilizado, o conceito de planejamento estratégico muitas vezes é mal compreendido, e, sem uma execução fundamentada, ele perde seu poder de transformar o negócio.
A Diferença entre um Planejamento Bem-feito e um Malfeito
Quando feito corretamente, o planejamento estratégico pode gerar efeitos positivos profundos: ele orienta a empresa a alocar seus recursos de maneira eficiente, a antecipar mudanças no mercado e a explorar novas oportunidades com segurança.
Em contrapartida, um planejamento mal executado — ou a ausência dele — pode levar a desperdício de recursos, falta de foco e até à perda de participação de mercado para concorrentes mais organizados.
Empresas que negligenciam o planejamento estratégico muitas vezes enfrentam problemas como crescimento estagnado, dificuldade de competir em mercados dinâmicos e falta de clareza sobre os produtos e serviços que realmente agregam valor ao negócio. Em casos extremos, podem ir à falência.
Por isso, vamos explorar o que realmente significa planejar estrategicamente e por que isso é essencial para entrar em 2025 com clareza e propósito.
O que é (e o que não é) Planejamento Estratégico
Planejamento estratégico não é apenas definir objetivos gerais ou realizar um brainstorming sobre o futuro. Trata-se de um processo estruturado e fundamentado em dados, que exige uma análise rigorosa da situação atual da empresa, definição de metas claras e criação de um roadmap detalhado para alcançá-las.
Embora intuição e experiência sejam importantes — e muitas vezes reveladoras — elas não podem ser a base isolada das decisões estratégicas. Cada hipótese levantada precisa ser investigada com seriedade; dados devem ser coletados e analisados, e cálculos de suporte são indispensáveis para validar (ou invalidar) qualquer suposição, evitando decisões precipitadas ou impulsivas.
Em um bom planejamento estratégico, perguntas fundamentais devem ser respondidas, como:
O que meus clientes realmente querem?
Qual a importância de cada linha de negócio?
Quais produtos e serviços devemos descontinuar? Quais devemos desenvolver?
Qual o tamanho de cada um desses mercados?
Quanto cada iniciativa aumenta o valor do meu negócio?
O que meus concorrentes estão fazendo?
Quanto cada uma das iniciativas melhora meu posicionamento em relação à competição?
Estou alocando capital como deveria?
Essas perguntas são a base para o direcionamento dos esforços e ajudam a focar no que realmente importa para o crescimento sustentável da empresa. É um trabalho que exige clareza sobre o posicionamento de mercado, o entendimento das necessidades dos clientes e a definição de quais linhas de negócio precisam ser mantidas, encerradas ou iniciadas.
Um exemplo clássico e conhecido de uma empresa que se fez essas perguntas e redefiniu seu rumo com sucesso foi a IBM na década de 1990. Na época, a IBM era conhecida por seus computadores e mainframes, mas a empresa estava enfrentando uma queda nas vendas e uma perda significativa de relevância devido ao avanço de novas tecnologias e à mudança no perfil de demanda dos clientes.
Então a IBM decidiu passar por uma revisão profunda do seu planejamento estratégico, fazendo exatamente esse tipo de análise para redirecionar seu modelo de negócios.
1. O que meus clientes realmente querem?
A IBM percebeu que seus clientes estavam cada vez mais interessados em soluções integradas e consultoria tecnológica, e não apenas em hardware. Havia uma necessidade crescente de suporte estratégico e de serviços que ajudassem empresas a implementar e gerenciar novas tecnologias de forma eficiente. Essa análise permitiu à IBM entender que seu valor para o cliente poderia ser muito maior se ela se posicionasse como uma provedora de soluções completas, e não apenas como fabricante de computadores.
2. Qual a importância de cada linha de negócio?
Ao avaliar suas linhas de negócios, a IBM identificou que as margens de lucro de serviços e consultoria eram significativamente maiores e menos voláteis do que as de hardware. Isso mostrou que a empresa precisava fortalecer suas operações em serviços, onde havia uma demanda crescente e um potencial de lucro mais previsível. Esse insight ajudou a IBM a decidir quais áreas de atuação priorizar.
3. Quais produtos e serviços devemos descontinuar? Quais devemos desenvolver?
Com base nessa análise, a IBM decidiu descontinuar algumas linhas de hardware, incluindo a venda de sua divisão de PCs para a Lenovo em 2005. Ao mesmo tempo, a empresa passou a investir fortemente em consultoria, TI corporativa e serviços de nuvem — setores que estavam em plena expansão e alinhados com a demanda do mercado. Esses novos produtos e serviços representavam um valor agregado maior para os clientes e colocavam a IBM em uma posição estratégica como parceira tecnológica de grandes empresas.
4. Qual o tamanho de cada um desses mercados?
A IBM realizou estudos de mercado detalhados para estimar o tamanho e o crescimento do setor de serviços de TI e consultoria, além do mercado de computação em nuvem e de soluções corporativas. Essas projeções indicaram que esses setores estavam em forte expansão e apresentavam uma oportunidade significativa de crescimento e liderança, justificando o investimento pesado nesses mercados.
5. Quanto cada iniciativa aumenta o valor do meu negócio?
Ao se tornar uma fornecedora de serviços estratégicos e soluções de TI, a IBM aumentou significativamente seu valor de mercado. Entre 1993 (quando o CEO Lou Gerstner assumiu) e 1999, o valor das ações da IBM mais do que triplicou, passando de cerca de US$ 10 para quase US$ 40 por ação, refletindo o entusiasmo do mercado com a nova direção e o sucesso das mudanças estratégicas.
O Papel do Valuation no Planejamento Estratégico
Poucos empresários fazem o valuation (cálculo do valor da empresa) das suas empresas regularmente, sendo que a maioria nunca o faz, até receber uma oferta pela empresa ou quando decidem vendê-la. Porém o valuation é uma ferramenta que pode direcionar e fortalecer o planejamento estratégico.
Durante o processo de valuation é possível segregar o quanto cada alavanca de valor aumenta (ou reduz) o valor da empresa. com essa análise os gestores são capazes de entender com bastante clareza quais alavancas de valor realmente valem ser perseguidas, a proporção de valor entre as opções de negócios e conseguem identificar alavancas que aparentam ser interessantes, mas que reduzem o valor da empresa.
Conectando Metas com Execução: Metodologia de OKRs
Após decidir o posicionamento de longo prazo e as grandes alavancas de valor, é preciso trazer clareza para toda a liderança e o time de execução, para garantir que todos estão trabalhando na direção correta, levando a empresa em direção ao que foi planejado.
Uma das metodologias que mais gostamos na Equus é a de OKRs (Objectives and Key Results). Essa metodologia teve sua gênese na Intel nos anos 80 e foi aperfeiçoada na década seguinte e aplicada com muito sucesso em empresas como Google e Facebook, já que facilita a definição de metas claras e mensuráveis.
Os OKRs permitem que toda a equipe entenda e acompanhe o progresso dos objetivos estratégicos, mantendo todos alinhados e comprometidos com o sucesso do plano. A metodologia oferece uma estrutura simples e eficaz para traduzir a visão de longo prazo em ações concretas, e será tema de outro artigo, onde exploraremos como aplicar os OKRs de forma estratégica.
Comece 2025 Com uma Direção Clara e Executável
A Equus Capital é uma empresa com vasta experiência em consultoria estratégica, além de atuar como investidor em private equity e venture capital, e ter uma forte presença em fusões e aquisições. Nossa expertise foi construída ao longo de anos como investidores e operadores, permitindo-nos oferecer uma abordagem única e prática para apoiar os clientes em seus principais desafios estratégicos, ajudando-os a capturar valor e maximizar oportunidades.
Já vimos de perto a transformação que um planejamento robusto, baseado em dados e orientado por métricas é capaz de trazer para empresas de todos os setores. Também já observamos diversas vezes empresas com planejamentos estratégicos falhos ou que não tem planejamento estratégico e é evidente como o “barco fica à deriva”.
Se você quer se manter competitivo e crescendo em 2025, é fundamental que você construa um ótimo planejamento estratégico e um plano robusto de execução.
Saiba mais sobre como podemos ajudar no site da Equus Capital.
Autor: Rubens Terra